quarta-feira, 18 de julho de 2012


Tráfico de água doce no Brasil

BRASÍLIA – É assustador o tráfico de água doce no Brasil. A denúncia está na revista jurídica Consulex 310, de dezembro do ano passado, num texto sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o mercado internacional de água. A revista denuncia: “Navios-tanque estão retirando sorrateiramente água do Rio Amazonas”. Empresas internacionais até já criaram novas tecnologias para a captação da água. Uma delas, a Nordic Water Supply Co., empresa da Noruega, já firmou contrato de exportação de água com essa técnica para a Grécia, Oriente Médio, Madeira e Caribe.

Conforme a revista, a captação geralmente é feita no ponto que o rio deságua no Oceano Atlântico. Estima-se que cada embarcação seja abastecida com 250 milhões de litros de água doce, para engarrafamento na Europa e Oriente Médio. Diz a revista ser grande o interesse pela água farta do Brasil, considerando que é mais barato tratar águas usurpadas (US$ 0,80 o metro cúbico) do que realizar a dessalinização das águas oceânicas (US$ 1,50).

O transporte internacional de água já é realizado através de grandes petroleiros. Eles saem de seu país de origem carregados de petróleo e retornam com água. Por exemplo, os navios-tanque partem do Alaska, Estados Unidos – primeira jurisdição a permitir a exportação de água – com destino à China e ao Oriente Médio carregando milhões de litros de água.

Águas Amazônicas
 
 
A hidropirataria também é conhecida dos pesquisadores da Petrobrás e de órgãos públicos estaduais do Amazonas. A informação deste novo crime chegou, de maneira não oficial, ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), órgão do governo local.
A captação é feita pelos petroleiros na foz do rio ou já dentro do curso de água doce. Somente o local do deságüe do Amazonas no Atlântico tem 320 km de extensão e fica dentro do território do Amapá. Neste lugar, a profundidade média é em torno de 50 m, o que suportaria o trânsito de um grande navio cargueiro. O contrabando é facilitado pela ausência de fiscalização na área.

Essa água, apesar de conter uma gama residual imensa e a maior parte de origem mineral, pode ser facilmente tratada. Para empresas engarrafadoras, tanto da Europa como do Oriente Médio, trabalhar com essa água mesmo no estado bruto representaria uma grande economia. O custo por litro tratado seria muito inferior aos processos de dessalinizar águas subterrâneas ou oceânicas. Além de livrar-se do pagamento das altas taxas de utilização das águas de superfície existentes, principalmente, dos rios europeus. Abaixo, alguns trechos da reportagem de Erick Von Farfan:

Segundo o pesquisador do Inpe, a saturação dos recursos hídricos utilizáveis vem numa progressão mundial e a Amazônia é considerada a grande reserva do Planeta para os próximos mil anos. Pelos seus cálculos, 12% da água doce de superfície se encontram no território amazônico. “Essa é uma estimativa extremamente conservadora, há os que defendem 26% como o número mais preciso”, explicou.

Em todo o Planeta, dois terços são ocupados por oceanos, mares e rios. Porém, somente 3% desse volume são de água doce. Um índice baixo, que se torna ainda menor se for excluído o percentual encontrado no estado sólido, como nas geleiras polares e nos cumes das grandes cordilheiras. Contando ainda com as águas subterrâneas. Atualmente, na superfície do Planeta, a água em estado líquido, representa menos de 1% deste total disponível.

A previsão é que num período entre 100 e 150 anos, as guerras sejam motivadas pela detenção dos recursos hídricos utilizáveis no consumo humano e em suas diversas atividades, com a agricultura. Muito disto se daria pela quebra dos regimes de chuvas, causada pelo aquecimento global. Isto alteraria profundamente o cenário hidrológico mundial, trazendo estiagem mais longas, menores índices pluviométricos, além do degelo das reservas polares e das neves permanentes.

Sob esse aspecto, a Amazônia se transforma num local estratégico. Muito devido às suas características particulares, como o fato de ser a maior bacia existente na Terra e deter a mais complexa rede hidrográfica do planeta, com mais de mil afluentes. Diante deste quadro, a conclusão é óbvia: a sobrevivência da biodiversidade mundial passa pela preservação desta reserva.

As águas amazônicas representam 68% de todo volume hídrico existente no Brasil. E sua importância para o futuro da humanidade é fundamental. Entre 1970 e 1995 a quantidade de água disponível para cada habitante do mundo caiu 37% em todo mundo, e atualmente cerca de 1,4 bilhão de pessoas não têm acesso a água limpa. Segundo a Water World Vision, somente o Rio Amazonas e o Congo podem ser qualificados como limpos.
 

sábado, 7 de julho de 2012

A melhor palestra que você irá ouvir na sua vida - Gary Yourofsky 

http://www.youtube.com/watch?v=8bH-doHSY_o&feature=related

Enviado por
Saiba um pouco mais sobre Ética e direito animal em uma maravilhosa palestra com Dra. Sônia Felipe


http://www.youtube.com/watch?v=EK0hVSpHn_I&feature=related

ESPECISMO - o que é isso? (definição)


Especismo consiste em atribuir diferentes direitos ou diferentes valores a indivíduos de diferentes espécies.

Naturalmente, tal como concebida pelo psicólogo inglês Richard Ryder em 1973, a noção de "especismo" ('speciesism') refere-se ao preconceito do homem em relação a outras espécies, com base em diferenças físicas, a quem o homem atribui valor qualitativo.

Tal como o racismo, que pesa e valora indivíduos humanos com base na cor de suas peles, o especismo valora as vidas de indivíduos de diferentes espécies com base na diferença que apresentam em relação à forma humana.

Com base nisto, podemos com certeza afirmar que o especismo equivale a um tipo de discriminação, inventado pela mente humana, que, AO INVÉS de VALORIZAR as SEMELHANÇAS (a senciência que compartilhamos com TODOS os outros animais), prefere, arbitrariamente, RESSALTAR as DIFERENÇAS externas entre os indivíduos, valorizados em escala a partir do referencial do humano como padrão de referência:

"I use the word 'speciesism'," escreveu Richard Ryder em 1975, "to describe the widespread discrimination that is practised by man against other species ... Speciesism is discrimination, and like all discrimination it overlooks or underestimates the similarities between the discriminator and those discriminated against." 

Não é difícil reconhecer aqui o "toque podre" do Cristianismo instituído (não de Cristo, é bom frisar) e de outras religiões, que sempre fizeram questão de atestar o homem como o centro ou ápice da criação divina, como seu "filho preferido".

Nem poderia ser diferente, já que toda e qualquer religião é necessariamente uma "produção humana". E mais: que seus mantenedores, zeladores ou sacerdotes, tenham precisado desde sempre desta certificação de autoridade para se apresentar como porta-vozes "autorizados" da divindade.


Nas tradições consideradas pagãs, não era este o critério empregado.
E por isso mesmo bem sabemos o quanto o cristianismo foi seu arqui-inimigo: queimando todos os "pagãos" que encontrou pelo caminho para fortalecer sua pseudo-autoridade e incorporando datas e rituais pagãos ao seu calendário, quando foi incapaz de destruí-los, dada a sua força ancestral.

Em muitas culturas deus era MULHER: a Natureza, a Mãe que ama a todos os seus filhos, sem distinção, com um amor incondicional.
E, como tal, isto aproximava os animais da visão da Criação divina como um conjunto multifacetado, composto de diferentes formas de expressão: homens, aves, mamíferos, peixes e todas as formas de vida eram aspectos vivos do divino.

A diferença e a variedade eram justo o que caracterizava a Divindade em sua manifestação. (As pernas não são mais relevantes que os braços, ou são? Uma cabeça pode existir sem um corpo? Ou tudo faz parte de um grande organismo cósmico, por assim dizer?)

 Mas por trás desta pluralidade da manifestação externa (a variedade infinita da manifestação divina e criadora da Grande Mãe), um conceito nos unia e assemelhava a TODOS (humanos e não-humanos) como tendo uma única essência, como frutos de uma mesma Árvore: a VIDA.


Séculos e séculos de lavagem cerebral conduziram as coisas ao ponto em que hoje estão: homens de um lado, e todo "o resto" (florestas, o ar, mares e os não-humanos) de outro.

No inconsciente coletivo isto começou com a expulsão do homem do Paraíso.
Não que isto fosse um reconhecimento ou uma premiação, pelo contrário: teríamos sido literalmente expulsos e banidos, JUSTAMENTE por nos pretendermos diferentes e termos nos mostrado incapazes de viver em harmonia com o TODO da Vida.
Pretendendo "mais", exigindo "mais" .... (como mulas sem cabeça, ou "cabeças sem mula", melhor dizendo ...)


Mas sacerdotes e egos ambulantes e interessados conseguiram convencer a grande maioria de que esta EXPULSÃO teria sido um PRÊMIO, um "reconhecimento" que o homem teria conquistado por sua "originalidade" e "primazia".
Não à tôa se fala na Serpente e no Diabo: agradar criaturas vaidosas e estúpidas, dissociadas do equilíbrio Universal, com palavras vãs e títulos honoríficos nunca foi tarefa difícil para quem pretendeu estabelecer o Mal e a Divisão para Reinar.

E assim se fizeram as TREVAS do Especismo.
Nas quais estamos todos cada vez mais afundados, para desespero de alguns poucos, que preferiram permanecer no Jardim do Éden, onde todos somos UM.


Namaste.

Nota: (texto primeiro publicado no blog da Weeac Brasil, em 11 de novembro de 2011) 
Norah André 

retirado blog: http://contatoanimal.blogspot.com.br/2012/06/especismo-o-que-e-isso-definicao.html
Algumas idéias merecem ser compartilhadas principalmente quando é algo que ajudará a poluir menos o Planeta! compartilhe essa boa idéia. O Planeta Agradece!



Imagem capturada : Sustentabilidade.
via blog.naver http://goo.gl/hYGaH