No livro “Uma história social da mídia”, de Asa Briggs e Peter Burke, tem-se registrado que “pensar em termos de um sistema de mídia significa enfatizar a divisão de trabalho entre os diferentes meios de comunicação disponíveis em um certo lugar e em um determinado tempo, sem esquecer que a velha e a nova mídia podem e realmente coexistem, e que diferentes meios de comunicação podem competir entre si ou imitar um ao outro, bem como se complementar”. Daí pode-se concluir que a interação entre os veículos de comunicação, através de diferentes níveis de aprofundamento dos assuntos, oferece ao leitor uma vantagem enorme: a economia de tempo. Afinal, ao ser introduzido a um assunto, o cidadão será capaz de definir se é ou não de seu interesse. A pluralidade de fontes é essencial para a formação do espírito crítico do indivíduo.
O papel da mídia, portanto, é informar a população da maneira mais imparcial possível, para que a partir dos dados as pessoas reflitam e sejam capazes de tirar suas próprias conclusões. Educar é dever das escolas, não dos meios de comunicação, como propunha a Escola de Frankfurt, no início do século 20; a eles cabe a conscientização dos problemas da atualidade. Ao realizar um jornalismo interpretativo ou opinativo, deve-se deixar clara a parcialidade, não ludibriando o interlocutor que pode tomar o conteúdo como verdade única. O bom profissional deve trabalhar com ética e assumir um compromisso diário com o leitor/ouvinte/telespectador, mantendo seu caráter e profissionalismo acima dos interesses do mercado. O pensador pernambucano Paulo Freire partiu do princípio de que a comunicação é o que transforma essencialmente os homens em sujeitos. A sensibilidade, então, é o elemento que nos torna humanos, e com a qual devemos escrever; não é porque o texto há de ser objetivo que seja também frio.
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